domingo, 8 de março de 2015

Oliver Sacks

“Cada um de nós tem uma história de vida, uma narrativa íntima - cuja continuidade,cujo sentido é nossa vida. Pode-se dizer que cada pessoa constrói e vive uma “narrativa” e que a narrativa é a pessoa, sua identidade.(...) cada um de nós é uma biografia, uma história. Cada um de nós é uma narrativa singular que, de um modo contínuo, inconsciente, é construída por nós, por meio de nós e em nós - por meio de nossas percepções, sentimentos, pensamentos, ações e , não menos importante, por nosso discurso, por nossas narrativas faladas. Biologicamente, fisiologicamente, não somos muito diferentes uns dos outros: historicamente, como narrativas, cada um de nós é único.
Para sermos nós mesmos precisamos ter a nós mesmos, possuir se necessário repossuir, nossa história de vida. Precisamos “rememorar” a nós mesmos, rememorar o drama íntimo, a narrativa de nós mesmos. Um homem necessita dessa narrativa, uma narrativa íntima contínua, para manter sua identidade, seu eu.”
Sacks, Oliver. O homem que confundiu sua mulher com um chapéu, capítulo XI p.128/129. São Paulo.Cia das Letras,1997

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