terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Filosofia de vida - Rolando Lazarte


Com o passar do tempo, podes ter ido incorporando uma noção equivocada acerca de ti mesmo, de quem és, da pessoa que em verdade aninha nesse corpo. O trabalho do sistema capitalista é o do estranhamento da pessoa, o de fazer com que, de fato, não nos queiramos como somos. Os nossos pais, a cultura, as pessoas em volta, funcionam como mãos executoras dessa tarefa perversa, a alienação, o processo pelo qual vais te distanciando de ti mesmo e de ti mesma. Mas a solução não é esbravejar contra a nossa família ou contra o sistema em abstrato, contra as classes dominantes, contra a educação que tivemos, contra os fatos que nos tocou viver. Isso tudo é um jogo de dominó que apenas começa a se desfazer desde dentro, num trabalho construtivo de recuperação da própria identidade, da noção do ser autêntico que cada um de nós, é, do que podemos, do amor que nos cabe ter por nós mesmos. O nosso passado é o estrume donde brota a planta, donde nasce a flor.

Rolando Lazarte

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